segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Windsor, Inglaterra
















Devo confessar a minha simpatia pelos britânicos. E irlandeses também. Os da república. No fundo, todos os que habitam aquelas ilhas onde o Sol nunca brlha.
Sao simpáticos e educados. Generalizando, o que é sempre bom e acutilante.
Regressei a Inglaterra. Gosto sempre de passar por lá, mas parafraseando um amigo, "não vivia aqui". O meu conhecimento do país dos nosso aliados é bastante reduzido: Londres, Birmingham e Stratford-upon-avon, "aldeia" onde nasceu Shakespeare. O destino é invariavelmente Londres. Está perto e à escala europeia, também é uma cidade que nunca dorme.
Desta vez, tentei desviar a rota e segui para Windsor. Um quintal simpático e bem arranjado, tendo Isabel II como presidente do condomínio.
O objectivo desta curta passagem era ver a gala dos 50 anos do James Bond, ao vivo, no Royal Festivall Hall. Ali ao lado da roda gigante e em frente à sede do MI6 que rebenta em cada filme. O concerto tinha tudo o que um fã precisa: uma orquestra fabulosa, duas vozes impressionantes, Pussy Galore a apresentar e uma chata a bater-me no ombro, "não pode filmaaaaaar!!"
Foi a primeira vez que aluguei um carro em Inglaterra. E que bem correu. Conduzir ao contrário na hora de ponta e encontrar estacionamento foi digno de um filme. Para mais tarde recordar ou então não.
Tirando esta pequena incursão pela cidade, passei maior parte do tempo no pasto. Perdido entre o verde e o nevoeiro. Entre castelos e casas recuperadas. A rainha vive numa aldeia da playmobil. Bonita.
Um enorme painel anunciava: "espere atrasos na circulacão no próximo dia 27 por causa de ma visita de estado". Em redor do castelo, em Windsor, lado a lado as bandeiras de Inglaterra e Emiratos Árabes Unidos. "Cash is king" meus amigos. Se o Faruk das Árabias quer fazer sauna com a Isabel, pois por Toutatis, fá-lo-á.
O castelo de Windsor é de longe o mais bonito e bem conservado que alguma vez vi. É um facto que está em uso há mais de 8 séculos, mas nao se nota. Por outro lado o preco dos bilhetes para lá entrar devem cobrir a manutencao e ainda deve sobrar para a racão dos cães.
Pela primeira vez viajei sozinho com o meu filho, sem fazer o habitual percurso Gotemburgo-Lisboa. O Diogo, aos 3 anos, estreou-se na mochila às costas.
Sobre esse momento em particular guardo algumas emocões. Cresce depressa o miudo. E longa foi a espera. A vida ensina-me isto em cada passo. Desisitir nunca é opcão.
Curiosamente, na semana passada, o Diogo descobriu o mundo encantado do Dartacão. Durante a nossa passagem no castelo de Windsor ia-me perguntando onde estava a Milady, o rei com a máscara de ferro e o Dartacão. Segue-se a fase dos porquês...porque é que nao podemos ver a rainha? Porque ela é velhota e está no quarto dela.
E não trabalha? Não, digo eu.
Então como é que paga aos guardas? Acrescenta ele.
É mais ou menos nesta altura que mudo o rumo da conversa. Explicar ao sistema fiscal inglês ao meu filho de 3 anos, não pode ser considerado pedagógico.
Não sou um grande fã da comida inglesa mas ainda assim tentei. Entrei num mercado em frente ao castelo e sentei-me num restaurante francês. Abri a porta de um pub de bairro, cheio de bifes sentados com a paint e só serviam comida tailandesa. Os tempos são outros por ali.
Tudo bem. Frito por frito...
Gostei de Windsor. Merece uma visita no verão.
Para quem tem miúdos há ainda o bónus da legoland, mesmo ali, paredes meias com a Isabel.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Próxima paragem, Ramallah

Andei a dar voltas, sem sair do sítio, pensando para que parte do globo iria tostar a pele em Dezembro.
Agora que caminho para velho só quero sopas e descanso.
Depois de cansar qb o skyscanner, concluí, uma vez mais, que a última semana do ano é aquilo a que as companhias de aviacao chamam: "jackpot".
O mesmo Sol custa metade do preco 3 dias depois...nao faz sentido.
Resolvi arrepiar caminho e ficar mais perto de casa, trocando o Sol pelo choque de culturas.
Israel e Palestina, sao os senhores que se seguem.
Pesquisar e preparar uma viagem, confesso, é a parte que mais gosto do processo. É verdade que retira alguma da magia e da surpresa, contudo, evita dissabores e esquemas papa-turista.
Detesto ser enrolado...
Acho que nunca tive tanta dificuldade a preparar uma viagem, como estou a ter agora. O que prova, entre outras coisas, que tenho andado apenas nas zonas fáceis do planeta.
O problema comeca logo no mapa...ninguém se entende. Os Israelitas chamam "Israel" a zonas que outros chamam "territórios ocupados". Se quiser atravessar para a Jordânia a norte preciso de um visto, se for a sul nao preciso de nada. Para o Egipto só uma fronteira aberta. Para levar carro alugado só se for até ao parque do Sheraton no lado egípcio.
Jerusalem estava dividido, depois da guerra passou a ser a maior cidade israelita. Anexaram tudo e mesmo a zona árabe (Este) está sob controlo dos narigudos.
A entrada em Gaza é virtualmente impossível, no West Bank faz-se por alguns dólares. Contacto uma agência bem cotada no tripadvisor, um americano com nome judeu responde e pede 10 vezes mais do que qualquer taxista Palestiniano pediria, para me levar aos territórios ocupados. Diz ele que 500 euro cobrem o transporte, as taxas e o guia. Pergunto-lhe...paga-se alguma taxa para cruzar o checkpoint? Nao, parece que nao. Qual taxa entao? Ahhh...para entrar numa igreja. E o resto fica para o guia e para o combustivel daqueles imensos 30 km.
É um facto. Os judeus gostam de dinheiro. Está riscado. Next.
O plano é, em teoria, simples. Aterrar em Telavive e seguir de carro para Jerusalém. Bater a zona e entrar no West Bank para visitar Ramallah, sede do governo da Palestina. Daí para o mar Morto e depois para Eilat, o Algarve lá do sítio junto ao mar Vermelho.
Olhando para o mapa pensei...o que dava mesmo jeito era atravessar a Palestina para chegar ao mar morto, em vez de dar a volta pelo centro de Israel. Aparentemente os israelitas pensaram o mesmo e controlam uma estrada que liga Jerusalém ao mar Morto, dentro do território da Palestina. É preciso ter lata. Depois admiram-se de nao terem muitos amigos...
As coisas que se descobrem no Google.
A meio da pesquisa vejo as noticias. Tiros pela primeira vez em 40 anos junto à fronteira com a Síria.
O que é que isto me diz? Que a zona é um barril de pólvora? Nao. Diz-me que devo reservar hotéis sem tarifa extra para cancelamento.
A contar os dias.