segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Dublin, Tuam e Galway















Corria a primavera de 2004 ou 2005, a memória já teve melhores dias, quando aterrei em Dublin pela primeira vez.
Era uma viagem de trabalho e o destino final Tuam, uma pequena "cidade" perto de Galway, no lado oeste da ilha.
O primeiro problema foi sair do aeroporto...com o volante no lado direito passei os primeiros minutos a abrir a porta sempre que tentava meter uma mudança. Isto quando não fazia as rotundas ao contrário...
Os irlandeses passaram a vida a fazer o contrário do que os ingleses queriam...podiam ter optado pela condução do "lado certo" só para chatear, mas não.
Atravessei assim a Irlanda, de Este a Oeste, numa estrada própria para quem não tem pressa. Pelo que percebi não existem auto-estradas, admito que esteja errado...
Para quem passou parte da adolescência numa pequena ilha dos Açores, aquele percurso foi como um regresso à infância. Uma estrada com uma faixa de rodagem para cada lado, delimitada por muros de pedra-sobre-pedra, envolta numa imensidão de pastos verdejantes. Vacas que passavam de um lado para o outro, aldeias com meia-dúzia de casas, o atlântico no fim do verde.
A sério...só faltava o Pauleta a correr atrás de um queijo de batata para estar na Fajã de Cima.
Achei a paisagem lindíssima. A fábrica que fui visitar nessa altura, em Tuam, era um pouco o espelho desta realidade. Lá dentro tecnologia de ponta e componentes electrónicos de alta precisão, cá fora, pasto, pasto e mais pasto.
Não vi nada parecido com um subúrbio (mas também não estive nos arredores de Dublin...) nem fiquei com aquela impressão do cimento devorador.
Foi isso que mais gostei na Irlanda. O mar, o verde, a paisagem. As cidades, honestamente, achei-as aborrecidas e muito pouco interessantes. Passei por Tuam e Galway na primeira vez e, num regresso em 2006 como turista, dei uma volta por Dublin.
Nunca vi um irlandês, imigrante entenda-se, abrir uma lavandaria, papelaria ou loja de antiguidades. Deve existir uma razão histórica para que optem sempre por um pub. Olhando para as cidades deles fica-se com um dica. Porta sim, porta não, lá está o tasco. Bonitos, coloridos, mas bolas...quantos bares são necessários para uma população de pouco mais do que 3 milhões ?
Em Dublin, ainda assim a mais interessante, fiquei com a sensação "maior e com mais bares". Recomenda-se uma visita à fábrica da Guiness (claro...) e à destilaria da Jameson. Os processos de fabrico são bastante interessantes e no caso da Guiness, é parte integrante da cultura irlandesa. Claro como água.
Falta a Dublin uma dimensão verdadeiramente europeia, de metrópole, de algo mais do que a maior concentração de tascos por m2 do mundo. Já discuti este assunto com amigos que por lá passaram e voltaram com uma ideia claramente diferente da minha. Admito que não tenha andado pelos sítios certos.
Voltaria de bom grado para bater perna nos pastos. Apenas isso.
Até novas revelações Dublin ficou na gaveta do " 'tá visto!! ".

Sem comentários:

Enviar um comentário