Segundo as estatísticas a Estónia é habitada por pouco mais do que 1 milhão de pessoas e fora de portas, espalhados pelo mundo, contam igual número de estonianos.
Foi o destino escolhido, pela empresa onde trabalho, para a viagem de outono de 2009.
A passagem foi curta mas ainda assim interessante.
Os estonianos só há duas décadas é que sabem o que é ser independente. O país foi ocupado por todos e mais alguns. Destaque para o período de ocupacão sueca, descrita pelos locais como "the good old swedish days". Parece que foi nessa altura que o país mais cresceu em termos culturais, direitos, económicos, etc. O rei sueco permitia uma autonomia larga e investia nas artes, educacão, etc.
Os últimos ocupantes já não foram tão simpáticos e só sairam empurrados, pela perestroika do Miguel Gorbachov.
Como em qualquer cidade da Cortina de Ferro, a heranca arquitectónica é de fugir. Blocos e mais blocos de cimento, sem cor, sem vida e sem sentido. É o chamado conceito de Design by José, o Estaline. Neste caso ainda é mais grave porque a Estónia, além de pertencer ao bloco de leste, tinha o seu território como parte da URSS. O presidente era um fantoche colocado directamente (durante décadas!) pelo comité central.
Não é preciso explicar que os estonianos têm um ódio de morte aos russos. Conseguiram ainda assim, durante todas as ocupacões, especialmente a russa, manter uma identidade nacional, com as suas tradicões, o ensino da sua língua, etc.
O estoniano pertence à mesma família linguística que o finlandês e o húngaro. É a coisa mais parecida com bárbaro que já ouvi. É complicadíssimo perceber uma palavra que seja.
O ponto de maior interesse em Tallinn é a parte velha da cidade. Um pedaco de história onde os russos não tocaram (uma das loucuras de Estaline foi destruir monumentos da era dos Czars) e que sobrevive até hoje num estado de conservacão impecável. Só estas ruas justificam por si uma visita a Tallinn.
As pessoas são de uma simpatia extrema (algo que me tinha escapado em qualquer país de leste até agora visitado), falam inglês fluentemente (o nível de educacão é bastante elevado...a geracão dos meus avós já tirava cursos superiores) e a "old town" é uma jóia a descobrir.
Tenho sempre particular interesse, quando visito países de leste, em ver o que os russos deixaram para trás. Goste-se ou não, fizeram parte da história e influenciaram a vida de vários povos. Acabei por encontrar uma antiga sede do KGB (última fotografia). As janelas sem cortinas e tapadas com cimento não foram feitas por acaso. Era uma forma de abafar o som dos interrogatórios do KGB. Imagino...
Não me parece que qualquer país dos chamados estados bálticos (Estónia, Letónia e Lituania) seja propriamente um destino turístico, contudo, se alguém se aventurar por estes lados e dada a dimensão do país, não deve perder na Estónia, para além da cidade velha em Tallinn, uma pequena cidade mais a sul chamada Pärnu.
Pärnu é a estância balnear dos estonianos. Uma pequena cidade lindíssima, com uma praia de areia branca e fina, no mar báltico.
Algo que me diz que vou lá molhar os ossos.
Algo que me diz que vou lá molhar os ossos.