quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Próxima paragem, Ramallah

Andei a dar voltas, sem sair do sítio, pensando para que parte do globo iria tostar a pele em Dezembro.
Agora que caminho para velho só quero sopas e descanso.
Depois de cansar qb o skyscanner, concluí, uma vez mais, que a última semana do ano é aquilo a que as companhias de aviacao chamam: "jackpot".
O mesmo Sol custa metade do preco 3 dias depois...nao faz sentido.
Resolvi arrepiar caminho e ficar mais perto de casa, trocando o Sol pelo choque de culturas.
Israel e Palestina, sao os senhores que se seguem.
Pesquisar e preparar uma viagem, confesso, é a parte que mais gosto do processo. É verdade que retira alguma da magia e da surpresa, contudo, evita dissabores e esquemas papa-turista.
Detesto ser enrolado...
Acho que nunca tive tanta dificuldade a preparar uma viagem, como estou a ter agora. O que prova, entre outras coisas, que tenho andado apenas nas zonas fáceis do planeta.
O problema comeca logo no mapa...ninguém se entende. Os Israelitas chamam "Israel" a zonas que outros chamam "territórios ocupados". Se quiser atravessar para a Jordânia a norte preciso de um visto, se for a sul nao preciso de nada. Para o Egipto só uma fronteira aberta. Para levar carro alugado só se for até ao parque do Sheraton no lado egípcio.
Jerusalem estava dividido, depois da guerra passou a ser a maior cidade israelita. Anexaram tudo e mesmo a zona árabe (Este) está sob controlo dos narigudos.
A entrada em Gaza é virtualmente impossível, no West Bank faz-se por alguns dólares. Contacto uma agência bem cotada no tripadvisor, um americano com nome judeu responde e pede 10 vezes mais do que qualquer taxista Palestiniano pediria, para me levar aos territórios ocupados. Diz ele que 500 euro cobrem o transporte, as taxas e o guia. Pergunto-lhe...paga-se alguma taxa para cruzar o checkpoint? Nao, parece que nao. Qual taxa entao? Ahhh...para entrar numa igreja. E o resto fica para o guia e para o combustivel daqueles imensos 30 km.
É um facto. Os judeus gostam de dinheiro. Está riscado. Next.
O plano é, em teoria, simples. Aterrar em Telavive e seguir de carro para Jerusalém. Bater a zona e entrar no West Bank para visitar Ramallah, sede do governo da Palestina. Daí para o mar Morto e depois para Eilat, o Algarve lá do sítio junto ao mar Vermelho.
Olhando para o mapa pensei...o que dava mesmo jeito era atravessar a Palestina para chegar ao mar morto, em vez de dar a volta pelo centro de Israel. Aparentemente os israelitas pensaram o mesmo e controlam uma estrada que liga Jerusalém ao mar Morto, dentro do território da Palestina. É preciso ter lata. Depois admiram-se de nao terem muitos amigos...
As coisas que se descobrem no Google.
A meio da pesquisa vejo as noticias. Tiros pela primeira vez em 40 anos junto à fronteira com a Síria.
O que é que isto me diz? Que a zona é um barril de pólvora? Nao. Diz-me que devo reservar hotéis sem tarifa extra para cancelamento.
A contar os dias.

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