sábado, 26 de dezembro de 2009

Dubrovnik

































Na minha segunda passagem pela Croácia, resolvi descer a costa e visitar uma cidade que me tinha escapado em 2004, Dubrovnik.

Não me arrependi.

Dubrovnik é, sem qualquer dúvida, a pérola da Croácia. Não direi pérola desconhecida porque este país dos Balcãs é hoje em dia um destino turístico sobejamente conhecido e Dubrovnik é mais ou menos, o Algarve lá do sítio. Olhando para a costa croata, onde curiosamente o Adriático é bastante mais limpo e cristalino do que no lado italiano, fico com a sensacão que estão no limite para passarem a ser um destino de massas. A melhor altura para explorar este país já passou certamente mas nota-se uma certa preocupacão governamental em organizar o turismo, proteger os parques naturais, etc. A costa da Croácia é um verdadeiro encanto e o governo parece ter consciência disso. Até nos Balcãs percebem isso...pergunto-me como não conseguimos nós em Portugal evitar a degradacão da costa e do turismo, lá para os idos de 80.
Dubrovnik é banhada por um mar tão transparente que as actividades de snorkeling, de que entretanto me tornei fã, resumem-se a entrar na água com uma máscara. Perto ou longe da costa, tanto faz. É baixar a cabeca e ver os encantos do mar.
Em redor da cidade há um sem número de ilhas com praias para todos os gostos: rochosas, de areia, etc. A beleza natural deste canto da ex-Jugoslávia é absolutamente fascinante. Mas, apesar da natureza esplendorosa, Dubrovnik é muito mais do que sol e mar. A costa do Adriático, no lado croata, tem alguns "restos" da IIGG. Aviões e barcos que fazem as delícias dos mergulhadores. O Reino de Veneza passou por aqui há uns séculos atrás, tal como o Império de Habsburgo e isso é bem visível na arquitectura que deixaram. Há uma opcão de conhecer a história local, que não aproveitei, de kayak. Navegando em grupo pela costa e entre ilhas, onde as casas e locais têm histórias para contar.
No que à cidade de Dubrovnik diz respeito, a sua "old town" fortificada, hoje em dia património da Unesco, é o principal chamariz.
Esta pequena cidade fortificada foi bombardeada durante a guerra da independência por Sérvios e Montenegrinos (a fronteira com o Montenegro dista poucos km de Dubrovnik e os Montenegrinos foram os "cães de ataque" dos Sérvios durante a guerra ). O exército croata deixou a cidade sem defesa porque nunca acreditou que os sérvios bombardeassem um património histórico importantíssimo, contudo, sem qualquer valor militar.
Enganaram-se e Dubrovnik foi arrasada por 8 meses de bombardeamentos (se não me engano...). Hoje em dia, na entrada do forte, é possível ver num mapa as zona destruídas. Diria que poucas paredes sobraram...
É isso que torna a visita ainda mais impressionante. A cidade foi recuperada pelo seu traco original e é absolutamente incrível a obra realizada.
Ao percorrer as ruas da cidade velha fico com a sensacão que estou numa pequena Veneza. Tal como acontece um pouco mais a norte, na cidade de Split, a presenca italiana nota-se em cada esquina e dá a este lado do Adriático um cunho histórico muito interessante.
Constatei também que, apesar de este ser um destino turistico muito falado no centro e norte da Europa, ainda é pouco explorado em Portugal. Ou pelo menos era na altura em que fui, dado que poucas agências ofereciam este destino e as que o faziam, tinham precos pouco apelativos.
Uma ressalva para quem visita Dubrovnik ou qualquer ponto da costa croata: praias com areia "à la Portugal", fina e com quilómetros de extensão, simplesmente não existem. Na ilha de Lokrum por exemplo, situada em frente a Dubrovnik (5a e 6a fotografia a contar de cima), há uma enorme praia quem vem referida no mapa. Dei um salto ao local e constatei que as pessoas usavam um dos lados da ilha, totalmente rochoso (rochas planas), para se estenderem como se fossem lagartos ao Sol. Para mim não era nada de novo porque na suécia também chamam praia a rochas ao lado da água, mas confesso, não é bem o meu estilo. A praia que fica ao lado da cidade (2a fotografia) já é mais "confortável". Areia nem vê-la mas aqueles seixos bem alinhados até disfarcam a dor. A água, essa não tem paralelo, é maravilhosa em qualquer ponto costeiro.
Há história, há cultura e há arte. Há um mar único e um novo conceito de praia (para ver a mesma coisa ficamos em Portugal não é?).
Uma última nota para o alojamento. Pacotes com hotel incluído são um erro. Tenho a impressão que cada habitante de Dubrovnik tem um apartamento para alugar...os precos são em conta e claro, para quem tem algum talento para a coisa, há sempre espaco para regatear. A oferta é grande e a margem de manobra para pechinchas enorme.
O bilhete de regresso já está marcado.







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