terça-feira, 10 de maio de 2011

Sicilia












Finalmente o sul.


Verona, Veneza e Roma, bem mais a norte, foram os destinos em anteriores passagens por terras de César.

A altura escolhida não foi a mais feliz. Os aviões que se podem ver na última fotografia pertencem à Nato que usa a ilha neste momento como base de ataque à Líbia.

Mas quem é que podia adivinhar esta salganhada na altura em que comprei os bilhetes? Talvez o Marcelo Rebelo de Sousa ou outro dessa malta que escreve com as duas mãos ao mesmo tempo. E porque é que comprei os bilhetes? Porque eram mais baratos do que um salmão com batatas em Gotemburgo. Cheira-me contudo que foi a última vez que me meti nisto. Ryanair entenda-se. Os bilhetes são baratos? São sim senhor. Tudo o resto é para lá de miserável. Os aeroportos para onde voam fazem o de Santa Maria parecer Frankfurt, os horários são na maior parte dos casos impraticáveis , o conforto no avião é igual ao de um autocarro cheio na Damaia e o servico, meu deus, o servico…Enquanto as pessoas estão a entrar no avião repetem a cada 20 segundos ”sentem-se num sítio qualquer e rápido para partirmos”. Parece que estão a orientar gado. Depois passam as 3h do vôo a berrar aos microfones toda e qualquer promocão e mais uma série de merdas que não interessam ao menino jesus. Informacão sobre o vôo que é bom, fica para a próxima…

Se a isto juntar a confusão que é embarcar (uma porta com uma gigantesca fila de pessoas para 3 destinos diferentes), a matilha que corre para apanhar os melhores lugares mal a porta abre (não há lugar marcado) e o preco de um transfer privado (que transporte publico funciona às 4 da manhã?) chego rapidamente à conclusão que não vale a pena. E como já usei a RyainAir para o Porto, Dublin, Londres, Frankfurt Hahn(100km da cidade), Estocolmo Skavsta (100km da cidade), Kaunas e agora Sicilia, acho que já posso opinar com conhecimento de causa.

O barato não tem que ser insuportável. A easyjet, também dentro do conceito low cost, por um pouco mais (de dinheiro) oferece um servico decente e normalmente não aterra no meio de pastos.

Ah…e a Sicília? Gostei. E muito.

Comecando pelo camarada com bóina de Che que me foi buscar ao aeroporto e que, sem dominar inglês, conseguiu manter a conversa durante os 45 minutos que separam Trapani de San Vito lo Capo, vila onde fiquei a dormir. Especial destaque para os momentos em que se virava para trás, gesticulando como bom italiano, enquanto o carro seguia a 160km em estradas de aldeia marcadas com 30 km/h. A simplicidade, simpatia e “destravamento” das pessoas no sul de Itália é são imagens de marca. Demorei 10 minutos a comprová-lo.

Só tive tempo de percorrer a zona que vai de Trapani até Palermo. O território siciliano é relativamente grande, mais de 200km separam Trapani de Siracusa, lá na ponta Este. Se eu tivesse que descrever o que vi, a primeira palavra para o fazer seria ”Arrábida”.

A paisagem composta por montanhas, com poucas casas e praias de água cristalina fizerem-me lembrar a zona da Arrábida. Um dos grandes mistérios para mim no turismo português. Como é que a Arrábida não aparece nos catálogos ao lado de Lisboa e Cascais? Não percebo…

Mas voltando à Sícilia, diria que o turismo ainda está em ponto caramelo. Não há cadeias hoteleiras a rebentar a costa e tudo funciona ainda numa base familiar. Original.

A única cidade relativamente grande que visitei foi Palermo (capital) e aqui, honestamente, a supresa foi nula. É mais uma cidade italiana com vestígios do império e a cair de podre. Beleza chamuscada pelos anos. Não fiquei fã e não acho que seja o que de melhor a Sicília tem para oferecer. Para ver a grandeza do passado a cair de madura, é preferível Roma. Natureza virgem e pratos bem cheios, isso sim, é a imagem de marca desta fascinante ilha. O mar também não deve ser nada de deitar fora. Escusado será dizer que fui ao banho só porque sim, calor nem vê-lo…mas fiquei com vontade de voltar numa altura em que a água esteja em modo ”sopa”.

Erice uma cidade fortificada láááááá bem no alto (os mouros bem devem ter suado) é fabulosa. Zingaro, a reserva natural com 7 praias “a la Arrábida”, uma gema e San Vito lo Capo, com a sua magnifica praia, um excelente ponto de partida.

E as laranjas? Uma palavrinha para as laranjas da Sicília sff. Doces como um pastel de nata e do tamanho de meloas. Só para lhes dar uma trinca até apanhava outro RyanAir.

Sem comentários:

Enviar um comentário